Os seres humanos pensam o tempo todo em o que fazer de suas vidas. Eu penso nisso sim, pois quem sou eu? Qual minha função no planeta? Talvez nem tenha determinada função ou nem tenha que dar certo. Afinal, quem é certo? Se o certo é o que a sociedade e mídia propõem eu estou totalmente errada. Não consigo ser igual a outro ser humano, a não ser por ter órgãos, membros e trabalho. Não sendo, assim, influenciável. O que me influencia é a arte de musicar e de
pensar, das quais posso criar e duvidar sobre a vida. Acredito no conhecimento, do qual apenas as mentes abertas podem adquirir. Ah, e o meu nome é Thaís, prazer!
















sábado, março 27, 2010

Retratos vazios.

retratos vazios
carentes do presente
cheios de lembranças
por hora, saudade
por hora, orgulho
por hora, vontade
em bases do que foi vivido.

retratos vazios
fotos penduradas
olhares infinitos
ambas bocas beijadas
e poemas escritos

retratos vazios
um presente que já foi passado
de um presente que quer ser futuro
nós dois juntos deitados
em um quarto escuro

retratos vazios
que de vazios não tem nada
apenas me corroem na falta
tenho cada detalhe guardado
de todo momento que passo ao seu lado..

segunda-feira, março 15, 2010

Música?

Clave de sol, pintada por Thaís Nascimento.

Quem pouco a ouve, a pergunta seria: para que serve a música?
Quem apenas aprecia, a pergunta é: Como será que fazem a música?
Quem ouve o que está na moda, perguntaria: o que ouvirão quando enjoarem desta música?
Quem ouve apenas um gênero, faria a seguinte pergunta: como conseguem ouvir este outro tipo de música?
E quem a faz, a afirmação seria a seguinte: eu ouço a música.
Sim! É preciso ouvir a música.
Como percebemos os sons sem os ouvir? Como podemos harmonizá-los sem os ouvir? Como podemos apreciá-los sem os ouvir?
De uma forma prática, tocamos uma melodia a partir do que ouvimos.
Tudo é música! Som é música, silêncio é música, batucada é música, voz é música e letras são músicas. A arte e a beleza entra em harmonizarmos isso. A filosofia entra em pensarmos e entranharmos isso.
Mas a música começa quando ouvimos isso.
Isso? Isso tudo! Ao ouvir cantamos, tocamos, criamos, interpretamos ou apenas apreciamos. Ouvimos o que gostamos, mas só gostamos ou não, quando ouvimos.
É como um perfume, para saber se nos agrada, o cheiramos.
É como um esporte, para saber se nos faz bem, o praticamos.
Ou como uma pessoa, pra nos interessar, a conhecemos.
Mas para a música precisamos ouvir para sentir.
Um dançarino a ouve para gesticular o que sente dela.
Um músico a ouve para tocar ou para alimentar idéias para uma criação.
Um filósofo a ouve para criticar e pensar sobre ela.
Ou um apreciador, a ouve para gostar ou não dela.
A música está ao nosso redor, nós só precisamos ouvir.

quinta-feira, março 11, 2010

Pensamento.

Ele vem a nos comprometer,
e que nunca se acabe.
Os outros podem não saber,
Mas a gente sabe.

Não tem regras e,
denuncia o que queremos.
A tudo nos leva,
a ter mais do que temos.

Se soubesses tudo o que penso,
que de ti não me desligo e,
se pensamento fosse um meio de comunicação,
eu já teria feito tudo contigo.

Penso, amo e existo!
Thaís Nascimento

segunda-feira, março 08, 2010

Dia internacional da mulher.

   8 de março, marcado pela história de 1857 quando operárias de uma fábrica de tecidos foram incendiadas lutando por direitos. sim... uma data para comemorar, escrever, refletir, ser parabenizada mas pensar sobre metas que nós mulheres temos na vida. o que assumimos, o que não assumimos, o que queremos assumir, o que pouco nos importa... enfim, o mundo evoluiu? sim, para muitas e muitos, embora a anos atrás, infelismente, em certos casos, ainda hoje, mulheres vem sendo mandadas por seus pais, maridos e até filhos. desde que nasceu a espécie chamada homem (♂), ela é, por bons motivos e pela evolução, considerada a mais forte. claro, pois os homens saiam para caçar e ganhar força enquanto as mulheres ficavam com suas crias. e com o passar dos anos o mundo foi indo assim, trabalhos diferenciados para as mulheres e homens e isso quando as mulheres trabalham. mas as mulheres não foram mais aceitando essas situações. não poder viver sua vida independentemente dos homens ou trabalhar como eles e receber nem a metade do salário, como foi a situação da fábrica de tecidos. mas chega de exploração né. um dia mulheres fizeram uma greve para lutar por seus direitos. após o ato desumano do icêndio, foi-se discutido a respeito de mais direitos e igualdade para as mulheres. depois da data ser instituída, foi guardada para debater sobre a função da mulher na sociedade. e acredito, é claro, que ela tem funções muito importantes. educando, gerando vidas, beleza e nos dias atuais, dando idéias magníficas pro mundo. muitas mulheres exercem um bom papel na política geral e, hoje, revertendo o papel antigo, governando bem em boa parte das famílias no mundo todo. mulheres, que a cada dia cada sofrimento, injustiça, problema, coisas boas, coisas ruins, relacionamentos e maternidades, sirvam para sermos cada vez melhores. a cada ano, o 8 de março, precisa ser mais o dia da mulher. por isso, a cada dia evoluiremos e cresceremos.
Thaís Nascimento

sábado, março 06, 2010

Medo.

   Cinco e quarenta da tarde, acordei antes da hora, o relógio despertaria as seis em ponto. Acordei com um sentimento estranho, incomum, apartado, com falta de ar. Ele costumava chegar as cinco horas, mas não havia nenhum sinal da chegada. Estava um silêncio intenso, tudo solitário e obscuro. Meu corpo por dentro estava vago. Um choque levei quando vi Théo. O olhar abatido, rosto machucado, a roupa suja e aspecto sofrido, Estava com medo e atenta a qualquer passo de qualquer pessoa a todo momento. Parecia um trauma, uma paranóia. Logo percebi que algo havia acontecido e meus pressentimentos não haviam falhado. Descreveu-me um homem, negro, de uns quarenta e sete anos, com calças amarelo escuro, uma camisa grafite e com um sapato simples. Um homem que ele já viu mais de duas vezes. Parecia inofensivo, calmo, disperso. Estavam na parada, o homem fumava um cigarro de palha e, ao subir no ônibus, ele sentou dois bancos atrás. Ao descerem, caminhando até uma escura esquina, pouco movimentada e com muitas árvores, ele o empurrou e pegou todo seu dinheiro lhe dando socos em seu rosto. Ficou mais apavorado ainda, e eu também, quando me disse que o homem disse que voltaria. Fiquei assustada, sentava um corpo no sofá tão acabado e com um olhar assustado, com medo, que destroçava meu coração e me deixara com medo de que sua segurança estaria prejudicada.
Me vesti e saí. Mesmo não querendo fui para a parada mais próxima, pegar um ônibus em direção aos meus estudos. Caminhava devagar, pensando no que havia acontecido e como eu senti isso antes mesmo de me contar. Rompeu meu sono, me agoniou, senti-me mal. Veio o ônibus, subi, todos os bancos estavam ocupados e haviam três pessoas em pé. Fui até o fundo. Na parada seguinte quatro pessoas desceram e sentei num banco que fica pro corredor. Fechei os olhos, tentei dormir e relaxar, não havia descançado quase. O ônibus parou, subiram pessoas e desceram pessoas. Quando abri os olhos estava em minha frente, quase ao meu lado, um homem, negro, com calças amarelo escuro, camisa branca desta vez, com olhar fixo em mim, com uma carteira de cigarros na mão e uma aparência de um homem de mais de quarenta anos. Gelei, arregalei meus olhos, seus olhos eram fixados em mim e chegava cada vez mais perto. Quando dei por mim estava suando. Sentou do outro lado do ônibus e ficava na minha paralela. Tinha algo negativo no ambiente, senti me mal, com falta de ar, igual de quando acordei. Perguntou-me sobre a parada antes do posto de gasolina. Era a minha, a do colegial. Nem respondi, fiquei aflita, achei uma perseguição e apenas lembrei de suas palavras, de quando me contou que ele dizia que voltaria. Levantei me rápido, apertei o botão e desci, outras pessoas desceram comigo, incluindo ele, o homem negro. Não sabia o que eu fazia, apenas caminhava rápido sem direção alguma. Estava me aproximando da esquina quando vi meu ônibus do outro lado indo para casa. Pensei em pegar, mas não havia como, não consegui atravessar. Só vi o tal homem subindo nele. Fiquei nervosa, ele estava indo para lá, o que eu iria fazer? Ele está sozinho lá e o homem disse que voltaria. Não esperei, corri para casa, aflita, sem pensar em mais nada, apenas pensando em andar o mais rápido possível. Eu só queria estar com ele, só queria o ver bem, o meu amor. Depois de vinte minutos, cheguei. Abri o portão, rapidamente e, entrei. Não o encontrava ali, na sala que havia ficado mais escura por causa da hora e do clima que estava de aflição. Meu coração batia forte, desparava. Escutava vozes, ameaças e, eventualmente, elevações nessas vozes. Olhei por tudo e não o achei. Fui até a outra sala. A televisão estava ligada e transmitindo essas vozes. Olhei para o sofá e finalmente ali estava. Dormindo. Cansado e não exercia nenhum movimento. Fiquei preocupada, deitei-me ao seu lado, coloquei meus braços sobre os dele. O beijei. Nisso, virou seu rosto para mim. Meu coração continuava a bater forte, mas abri um sorriso e sua segurança e o fato de estar ao meu lado e bem, me deixou tranquila e aliviada.

não esqueça do que queres esquecer, mude o que te faz sofrer.
Thaís Nascimento.